quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vai com calma

Há mais ou menos um mês eu resolvi conhecer o budismo na prática. Tomei essa decisão, resumidamente, por que após ler algumas coisas sobre filosofias orientais a idéia de que a realidade só pode ser conhecida na prática começou a fazer muito sentido. 

 
Eu poderia me extender muito falando disso de conhecer a realidade na prática - na verdade escrevi alguma coisa e salvei em rascunho, pois não é bem aonde quero chegar agora, hehe. Fica para o próximo post.

Fato é que realmente visitar templos e centros de estudos me fez sentir que "achei o que estava faltando" nos livros. Essa sensação de achar algo há muito procurado é deliciosa; um exemplo muito tosco seria o de ver a luz no final do túnel. Até aí, tudo bem. O problema, para mim, começou logo em seguida, quando vi a imensidão dos caminhos disponíveis para seguir adiante. Nessa hora, minha cabeça formatada pela velha visão tentou agir da forma mais óbvia: tentar agarrar tudo de uma só vez. Não é bem por aí. 
  
Nos Escritos Básicos de Chuang Tzu, trecho 3 (O Segredo do Cuidado com a Vida) ele fala: "Tua vida tem um limite, mas o conhecimento não. Se utilizares o limitado para perseguir o que não tem limite, estarás em perigo. Se compreendes isto e ainda lutas por conhecimento, estarás certamente em perigo. Se fizeres o bem, afasta-te da fama. Se fizeres o mal, afasta-te do castigo. Segue o meio; vai pelo que é constante e permanecerás inteiro, manter-te-ás vivo, cuidarás de teus pais e viverás até o fim dos teus dias".   
  
Percebi que eu estava lidando com o budismo da mesma forma que lidava com livros, até bem pouco tempo atrás: saía de casa em busca de algum livro qualquer e chegando no sebo, acabava comprando quatro ou cinco e no final nunca encontrava tempo para ler tudo. Claro que livros são maravilhosos e é ótimo montar uma pequena biblioteca particular, mas não adianta nada ter um zilhão de títulos na estante e ter lido apenas alguns desses.  Pura ostentação.
 
Portanto decidi seguir essa nova via que se abriu para mim de outro jeito, sem pressa de alcançar a perfeição, com um andar muito mais natural e espontâneo, prestando atenção em todos os detalhes que vão aparecendo. Porque no final das contas, acho que o Di Melo estava corretíssimo quando escreveu a letra dessa música: 
  

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