domingo, 14 de junho de 2009

Escrevendo por escrever #1

...Uma coisa que li sobre o Tao e compreendi na hora (contradição) é o wu-wei. Uma tradução porca para o português define que wu é não, ou não ter, e que wan é agir, fazer. Logo, wu-wei é não fazer, não-ação, ou sem-ação. É visto também o paradoxal wei-wu-wei, ação sem-ação. No contexto que o Alan Watts utiliza de exemplo, wu-wei significa viver sem fazer esforços, sem apego por resultados de suas ações, ou simplesmente deixar rolar. Se tentamos alterar o curso natural das coisas gastamos muita energia, nos cansamos e provavelmente acabaremos irritados. Watts dá um exemplo (agora não sei se foi bem ele) de uma pessoa que cai na água e ao invés de permanecer imóvel e boiar fica se debatendo, e dessa forma acaba afogada.
Quando tomei consciência de como ía contra acontecimentos naturais e inevitáveis na minha vida (não me interessa entrar em discussões sobre destino), descobri a fonte de inúmeros sofrimentos meus.. Não todos, mas vários deles. E cara, a vida tem corrido muito mais tranquila até agora.
Um outro ensinamento que eu sinto muita vontade de compartilhar com os meus amigos, que aprendi lendo Thich Nhat Hanh: acordar e sorrir. Isso é capaz de gerar uma paz tão grande no seu interior que é simplesmente inexplicável... Quer dizer, não há necessidade. Eu poderia escrever diversas explicações com termos budistas, mas para que? O Thay também fala muito sobre a atenção plena a todo momento, e isso é impressionante quando feito na prática. Eu tenho vontade de passar esses e outros ensinamentos para diversas pessoas, principalmente meus amigos mais próximos (sim, vocês), mas muita vezes esbarro no pensamento de que talvez eles interpretem minha ação como arrogante, "ih, ó o cara querendo pagar uma de mestre pra cima de mim, cuzão!", ou qualquer outra merda do tipo. Provavelmente esta é mais uma barreira a ser quebrada.
Jazz segue sendo melhor que rock, na minha humilde opinião. Ouçam as duas últimas músicas do cd Today And Tomorrow, do McCoy Tyner e sintam isso! São elas Five Spot After Dark e Flapstick Blues. 7 minutos de jazz puro e suave, com sentimento... Ou então o cd Abstraction & Improvisation de Lennie Tristano!

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